O Sri Lanka atravessa um dos momentos mais frágeis da sua história. A crise económica do país dura já há meses e deriva da queda das suas reservas internacionais, assim como da crescente dívida pública. A redução drástica da atividade no setor do turismo, a partir de 2020, em virtude da pandemia Covid-19, originou um crescimento negativo do PIB. Sem possibilidade de adquirir alimentos, combustível e produtos de primeira necessidade, o Sri Lanka encontra-se numa profunda recessão.
A profunda escassez sentida no país já originou a fuga de muitos cidadãos, sendo que aqueles que permanecem enfrentam longas filas na compra de produtos essenciais, bem como um recolher obrigatório. Os protestos têm-se intensificado, tendo, em maio do presente ano, vitimado sete pessoas, entre as quais um membro do Parlamento e dois funcionários locais. Michelle Bachele, Alta Comissária das Nações Unidas, reporta, ainda, no relatório de vítimas dos incidentes, um total de 250 feridos.

Através de um comunicado, Michelle Bachelet, vincou a preocupação da Organização face ao aumento da violência no Sri Lanka: “Eu estou profundamente perturbada com o aumento de escalada da violência no Sri Lanka depois de apoiantes do primeiro-ministro terem atacado manifestantes pacíficos em Colombo no dia 9 de maio assim como os ataques contra os membros do partido no poder” . Num apelo ao Exército do país, afirmou: “Exorto o governo do Sri Lanka a comprometer-se no diálogo sério com todos os setores da sociedade para que se encontrem avanços e no sentido de se enfrentarem os desafios sociais e económicos que afetam as pessoas, especialmente as mais vulneráveis”, reiterando que as Nações Unidas continuarão a acompanhar a situação no país, esperando alcançar “uma solução pacífica face à crise”.
Escrito por Amália Cunha.
Revisão por Carina Seabra.