“É neste átrio que vão ser dadas a conhecer as várias políticas ruinosas que têm conduzido o Ensino Superior à total asfixia financeira”. Assim começou a acusação que referindo Crato, Passos Coelho, Cavaco Silva, sem esquecer Sócrates e Durão Barroso, conduziu ao seguinte veredicto: “demissão deste Governo, das suas políticas de estrangulamento do Ensino Superior Público e convocação de eleições antecipadas”, com a advertência de que “a decisão só poderá ser executada se todos forem dia 2 de Abril até Lisboa.”
O julgamento do Governo, que aconteceu na Escola Superior de Educação (ESE) do Instituto Politécnico do Porto, na passada quarta-feira, dia 26 de Março, foi “uma condenação pública do estado em que o país se encontra e uma recusa peremptória destas políticas que têm asfixiado as instituições do Ensino Superior e os portugueses” segundo Maria João Antunes, membro da direcção da Associação de Estudantes da ESE.
Marcou-se assim o dia estudante ao mesmo tempo que se apelou à participação na manifestação nacional “Unidos contra Mentiras! Unidos pelas nossas Vidas!”. A data não foi escolhida ao acaso: é que amanhã faz 38 anos que foi aprovada a Constituição da República Portuguesa (CRP), Constituição essa que prevê um Ensino de qualidade e para todos.
De acordo com a dirigente, os sucessivos orçamentos de Estado levaram as instituições do Ensino Superior a uma situação de asfixia financeira, obrigando as direcções das escolas a procurarem outros meios de financiamento o que se reflecte na vida dos estudantes que já não aguentam mais.
Maria João Antunes afirma ainda que o principal objectivo de uma Associação de Estudantes tem de ser defender os direitos dos estudantes. As festas académicas, a queima das fitas, o cortejo “são actividades que devem ser feitas e que elevam a qualidade de vida dos estudantes, mas que são acessórias”. Entende “não é de admirar que haja mais associações a quererem envolver-se e mobilizar porque as dificuldades têm aumentado”.
Questionada sobre o porquê da Associação de Estudantes da ESE ser uma das mais interventivas, a estudante de Educação Social considera que isso se deve ao facto da própria associação ser composta, na sua maioria, por pessoas que sentem na pele os problemas que todos os estudantes vivem no seu dia-a-dia.
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